Suspeito era estagiário: polícia investiga possíveis abusos em colégio particular, em Montes Claros

A Polícia Civil vai investigar um jovem de 25 anos suspeito de abusar de alunos de uma escola particular, em Montes Claros.

O suspeito é acadêmico de pedagogia e atuava como estagiário em uma turma do maternal. A denúncia de abusos contra alunos foi feita no dia 6 desse mês, mas só agora o caso veio à tona, após vídeos de uma reunião entre pais de estudantes e representantes do colégio, serem divulgados nas redes sociais. Houve um início de tumulto.

A primeira denúncia foi feita pela mãe de dois alunos de 3 anos. Ela notou mudanças no comportamento dos filhos que não queriam ir mais para o colégio. Ao conversar com os meninos, eles acabaram contando que o motivo é que o estagiário havia passado as mãos no corpo deles. Além disso, o homem tinha o costume de beijar a boca das crianças.

A mãe procurou a direção do colégio e solicitou o afastamento do estagiário. Consta no boletim de ocorrência, que a direção prometeu que tiraria o rapaz. Dias depois, as crianças continuaram não querendo frequentar as aulas e disseram que o motivo é que suposto abusador ainda estava lá. O rapaz teria sido retirado do maternal e passado a atuar na secretaria do colégio.

Após a primeira denúncia outras vítimas aparecerem. Segundo os pais, o suspeito continuou atuando na secretaria e ainda tinha acesso aos alunos. Eles acreditam que mesmo afastado das salas de aulas, o homem continuou fazendo novas vítimas.

A polícia relatou no boletim, que na primeira reunião, a direção do colégio se mostrou comovida com a situação. Negou que tenha sido omissa na retirada do estagiário e disse que por força de parceria e trâmites burocráticos com a universidade onde o jovem estuda, não conseguiu cancelar a parceria rapidamente e retirá-lo do ambiente escolar. Sendo possível, naquele momento, somente colocá-lo em outro setor. Dias depois, o estagiário foi desligado da instituição.

A direção ainda disponibilizou a polícia equipamentos que armazenam imagens do sistema de vigilância do colégio, que podem ajudar nas investigações. A polícia foi até a casa do suspeito, mas ele não foi encontrado. Após as denúncias, o jovem desativou as redes sociais e não atende as ligações. Abaladas, às famílias das crianças divulgaram uma nota. No relato, os pais manifestam indignação pelos crimes cometidos contra as crianças, de 3 e 4 anos e pelo que chamaram de “postura omissa da escola”.

De acordo com eles, após não afastar o suspeito do convívio dos alunos outras três crianças relataram ter sofrido abusos. Além disso, o colégio não teria cumprido a obrigação legal de comunicar o caso ao conselho tutelar e as autoridades competentes. Os pais ainda afirmam ainda que o colégio não ofereceu apoio psicológico e jurídico às crianças e aos pais, e teria somente evitado que o caso se tornasse público.

Com relação à nova reunião realizada nessa segunda-feira, os pais contaram na nota que o colégio teria tentado barrar a entrada deles. O colégio também se manifestou por meio de nota, e disse que as medidas cabíveis e necessárias foram adotadas. A instituição afirma que está comprometida com a verdade e disposta a colaborar com as autoridades. O colégio finaliza dizendo que a transparência e a justiça sempre fizeram parte do código de conduta da instituição. De acordo com a polícia civil, as investigações estão a cargo da delegacia especializada de atendimento à mulher.

Chama a atenção das famílias o comportamento do suspeito nas redes sociais que tinha o costume de frequentar cemitérios durante a noite, algo não muito comum. Nessa outra publicação, ele respondeu a um quiz dizendo que entre as 10 coisas aleatórias que mais ama, está abraçar, principalmente crianças.